Português para o concurso do Depen: Ortografia
O concurso público do Depen (Departamento Penitenciário Federal) está com data marcada para a prova no dia 06 de setembro de 2020. Um dos itens do edital que será cobrado na prova objetiva é o domínio da ortografia oficial. A ortografia é a escrita correta das palavras da língua portuguesa.
O acordo ortográfico que será cobrado na prova é o chamado novo acordo ortográfico, que já está em vigor desde 2016. Para a prova é importante ter o domínio da ortografia oficial porque muitas palavras, inclusive, que possuem homônimos e parônimos se trocar uma letra, por exemplo, conserto para concerto, não se trata nem de um erro ortográfico, mas muda o sentido da palavra, a lógica e a coerência de todo o texto no qual aquela palavra está inserida.
O professor Douglas Wisniewski dá dicas de como ter noção de ortografia, veja abaixo:
Tenha o hábito de leitura de textos bem escritos, de fontes confiáveis, as quais você sabe que o português estará sempre correto. A leitura faz com que o seu cérebro memorize automaticamente decorando a escrita grafia correta de cada palavra. Quando precisar escrever ou julgar um item para dizer se está correto ou não você terá muito mais facilidade porque seu cérebro vai te avisar, ou seja, se torna muito automática na sua cabeça a medida que você é um bom leitor.
Outro problema no mundo contemporâneo é o famoso autocorretor, pois não temos o hábito de consultar a grafia correta de uma palavra. O cérebro não faz aquele exercício de tentar memorizar qual é a forma correta para não precisar novamente consultar o dicionário, por exemplo.
A grande maioria das palavras da língua portuguesa para você saber escrever corretamente basta que você tenha visto essa palavra escrita corretamente uma vez, o cérebro vai guardando uma lista lexical de conjunto de palavras.
Existe um exercício que se você pegar um texto e pegar as palavras e manter apenas a primeira e a última letra de cada palavra e embaralhar as letras do meio o seu cérebro consegue ler o texto. Faça o teste, abaixo:
Fonética e fonologia
Existem encontros vocálicos na língua portuguesa que nós chamamos de ditongo, quando duas vogais, na verdade uma vogal e uma semi vogal se encontram na mesma sílaba.
Encontros vocálicos:
Ditongo
É o encontro de uma voga e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. Por exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. Por exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal)
c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca. Exemplos: pai, série
d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Exemplos: mãe, pão
Tritongo
É a sequência formada por um semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal. Exemplos:
Paraguai – tritongo oral
Saguão – tritongo nasal
Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Por exemplo:
saída (sa–í-da)
poesisa (po–e-si–a)
Encontros consonantais
– os que resultam do contato consoante +l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se…
– os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por–ta, rit–mo, lis–ta, ad–vo-ga-do…
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go…
Dígrafos consonantais
Dígrafos é quando você tem dois grafemas que geram apenas um fonema. Lembrando que grafema é a escrita e fonema é o som. Um dígrafo é quando você tem duas letras que geram apenas um som na hora de pronunciar.
Letras | Fonemas | Exemplos |
---|---|---|
lh | lhe | telhado |
nh | nhe | marinheiro |
ch | xe | chave |
rr | re (no interior da palavra) | carro |
ss | se (no interior da palavra) | passo |
qu | que (seguido de e e i) | queijo, quiabo |
gu | gue (seguido de e e i) | guerra, guia |
sc | se | crescer |
sç | se | desço |
xc | se | exceção |
Dígrafos vocálicos
Registram-se na representação das vogas nasais.
Fonemas | Letras | Exemplos |
---|---|---|
ã | am | tampa |
ã | an | canto |
ẽ | em | templo |
ẽ | en | lenda |
ĩ | im | limpo |
ĩ | in | lindo |
õ | om | tombo |
õ | on | tonto |
ũ | um | chumbo |
ũ | un | corcunda |
Divisão silábica
As regras básicas na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:
a) Não se separam os ditongos e tritongos.
Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou
b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.
Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa
c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.
Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co
d) Separam-se as vogais dos hiatos.
Exemplos: ca–a-tin-ga, fi–el, sa–ú-de
e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç, xc.
Exemplos: car–ro, pas–sa-re-la, des–cer, nas–ço, ex–ce-len-te
f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, executando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r.
Exemplos: ap–to, bis–ne-to, con-vic–ção, a-brir, a-pli-car
Tonicidade
De acordo com a posição sílaba tônica, os vocábulos da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são classificados em:
Oxítonas: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
Exemplos: a-vó, u-ru-bu, pa-ra-béns
Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
Exemplos: dó-cil, ra-pi-da-men-te, ba-na-na
Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima.
Exemplos: má-xi-mo, pa-rá-bo-la, es-pé-ci-me
Ortografia
Confira abaixo as regras de ortografia em situações de sons parecidos como X e CH e que causam confusão nas pessoas.
Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados
2) Após a sílaba inicial “em”.
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo “en-”
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher…)
3) Após a sílaba inicial “me-”.
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão
Exceção: mecha
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, largartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.
Emprega-se o dígrafo Ch:
1) Nos seguintes vocábulos:
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, penchincha, salsicha, tchau, etc.
Emprego de G e J
Emprega-se o G:
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem
Exceção: pajem
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)
4) Nos seguintes vocábulos:
algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.
Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou – jear
Exemplos:
arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar: despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeano
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo)
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j.
Exemplos:
laranja – laranjeira loja – lojista lisonja – lisonjeador rijo – enrijecer
nojo – nojeira cereja – cerejeira varejo – varejista jeito – ajeitar
4) Nos seguintes vocábulos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento
Dica: quando estiver em dúvida a respeito de uma palavra se é com esta letra ou com aquela. A melhor forma de resolver problemas de ortografia é buscar uma palavra primitiva relacionada aquela que está tentando identificar.
se você conseguir se lembrar de uma outra palavra ou identificar mesmo pelo formato da palavra, a palavra primitiva, a palavra da qual é derivada tenta manter o mesmo conjunto de construção de letras da palavra original.
Emprego da Letras S e Z
Emprega-se o S:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical.
Exemplos:
análise – analisar
catálise – catalisador
casa – casinha, casebre
liso – alisar
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem.
Exemplos:
burguês – burguesa inglês – inglesa
chinês – chinesa milanês – milanesa
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa.
Exemplos:
catarinense gostoso – gostosa amoroso – amorosa
palmeirense gasoso – gasosa teimoso – teimosa
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose.
Exemplos:
catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotista, glicose, metamorfose, virose
5) Após ditongos.
Exemplos:
coisa, pouso, lousa, náusea
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados.
Exemplos:
pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
repus, repusera, repusesse, repuséssemos
7) Nos seguintes nomes próprios personativos:
Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás
Lembrando que os exemplos acima estão escritos em português padrão. Se os pais optaram por o nome de Luiz com Z é porque optou por um estrangeirismo e não há uma regra que obrigue a pessoa a batizar com nomes em português.
8) Nos seguintes vocábulos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Emprega-se o Z
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical.
Exemplos:
delize – deslizar
razão – razoável
vazio – esvaziar
raiz – enraizar
cruz – cruzeiro
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos.
Exemplos:
inválido – invalidez limpo – limpeza macio – maciez rígido – rigidez
frio – frieza nobre – nobreza pobre – pobreza surdo – surdez
3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos.
Exemplos:
civilizar – civilização hospitalizar – hospitalização
colonizar – colonização realizar – realização
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, caõzito, avezita
5) Nos seguintes vocábulos:
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z.
Exemplos:
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar (ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos:
exame – exato – exemplo – existir – exótico – inexorável
Confira mais detalhes na aula abaixo:
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Depen
Confira o conteúdo programático da disciplina de Língua Portuguesa para o concurso do Depen.
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
3 Domínio da ortografia oficial.
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual.
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual.
4.2 Emprego de tempos e modos verbais.
5 Domínio da estrutura morfossintática do período.
5.1 Emprego das classes de palavras.
5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.
5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
5.4 Emprego dos sinais de pontuação.
5.5 Concordância verbal e nominal.
5.6 Regência verbal e nominal.
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase.
5.8 Colocação dos pronomes átonos.
6 Reescrita de frases e parágrafos do texto.
6.1 Significação das palavras.
6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto.
6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto.
6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República)
7.1 Padrão Ofício
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